terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

PROEV – Fevereiro 2010

Projeto Educação para Valores

“Felicidade é a ação do espírito que manifesta a virtude.” (ARISTÓTELES)

O Projeto Objetivo Educação para Valores – PROEV propõe um trabalho de reflexão sobre Virtudes e Valores por meio de temas transversais, ou seja, assuntos que atravessam os diferentes campos do conhecimento e, portanto, podem ser abordados por professores de qualquer disciplina. Esses temas referem-se à formação da pessoa humana e do cidadão, consciente de seus direitos e deveres, capaz de participar, ativa e construtivamente, da sociedade.
Durante as aulas e atividades escolares, no decorrer do ano, o projeto proporciona a todos os alunos da escola, Ensino Fundamental e Médio, momentos de conversa, leitura e análise de textos, músicas e/ou situações diárias, que levam à reflexão de valores. Durante o processo, a expressão dos sentimentos, das diferenças de ideias e visões das crianças e jovens acontecem naturalmente e são respeitados. O objetivo do projeto não é trazer normas prontas ou certezas, mas propiciar um ambiente de reflexão, diálogo, responsabilidade, afeto e descobertas próprias.



“POLIDEZ”
Fonte: Pequeno tratado das grandes virtudes – André Comte-Sponville
“Se a virtude pode ser ensinada, com certeza não será através dos estudos, mas dos exemplos. Virtude é uma força que age ou pode agir. Virtude, no sentido geral, é poder; no sentido particular, é poder humano ou poder de humanidade. É o que faz um homem parecer mais humano, mais excelente do que o outro. A virtude, repete-se desde Aristóteles, é uma disposição adquirida de se fazer o bem. Nenhuma virtude é natural, logo é preciso tornar-se virtuoso.


Polidez - O homem só pode tornar-se homem pela educação – afirma Kant. Portanto, a porta que se abre para a entrada das virtudes, começa pela educação. Alguns filósofos relatam que a polidez é talvez a primeira virtude e a que deu origem a todas as outras virtudes. Contudo, se considerada uma virtude, a polidez é a mais pobre delas, pois faz pouco caso da moral. Os filósofos classificam a polidez como um valor ambíguo, podendo valorizar tanto o melhor como o pior do indivíduo. Citam alguns exemplos desta ambiguidade: “que um criminoso pode ser polido” como o caso dos nazistas que eram educados, porém criminosos; “que a polidez mostra por fora o que a pessoa deveria ser por dentro, mas nem sempre o é”; “que é preferível um grosseirão honesto do que um educado desonesto”; “que o excesso de polidez chega a ser um defeito, pois a pessoa deixa de ser honesta para ser educada”. Existe até um provérbio que diz “polido demais para ser honesto”, pois a honestidade às vezes impõe ser desagradável, chocar, trombar. A pessoa franca é tida como mal educada. A polidez, se levada por demais a sério, é o contrário da autenticidade. Um grosseirão generoso sempre será melhor do que um egoísta polido. Um homem honesto descortês melhor do que um crápula refinado. A polidez não é uma virtude, mas uma qualidade, e uma qualidade apenas formal. A polidez é uma aparência de virtude, de que as virtudes provém. A polidez é uma pequena coisa que prepara grandes coisas. Entre um homem perfeitamente polido e um homem benevolente, as diferenças podem ser ínfimas; acabamos nos parecendo com o que imitamos, e a polidez leva pouco a pouco – ou pode levar – à moral. Portanto a polidez é essencial durante a infância.”

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